{FP} Kawaguchi Yumi

Kawaguchi Yumi

Filha única de magnatas influentes, era natural que a jovem fosse agraciada com mimos e presentes, abarcada pela riqueza e amorosidade dos progenitores que, com receio de que a ômega acabasse sofrendo influências negativas, advindas tanto da mídia quantos dos seus semelhantes, davam-lhe tudo o que ela desejava -  afinal, era comum o caso de crianças ricas acabarem sendo levados para o mundo ilícito, regrado em álcool, sexo e drogas.

Quando chegara à adolescência, a mando dos pais, a garota passou a ser agenciado em uma conceituada agência de modelos, a Moon-J Entertainment. Inicialmente, ela havia odiado a ideia, ainda mais ao perceber que aquela fora a primeira vez que suas ordens foram negadas. Segundo os mais velhos, modelar acabaria por fazer que com Yumi saísse um pouco da bolha de proteção que fora criado ao redor de si. Não obstante, os atributos físicos da sul-coreana estavam começando a ganhar destaque; os cabelos e olhos escuros, emoldurado pelo rosto de traços finos e harmoniosos, acabaram por fazê-la ser mais requisitada em comerciais, campanhas e desfiles. Sua rotina era pesada, mas a moça levava com um humor sarcástico, sempre atualizando suas redes sociais e renovando contratos com marcas mundialmente famosas.
Modelar, com o tempo, foi se tornando cada vez mais um trabalho simples e fácil. A malemolência que Yumi tinha nas passarelas era agraciada por toda a mídia. Nas revistas, suas fotos iam quase sempre à capa, e quando não, ganhavam destaque no decorrer da mesma. Podia-se dizer que ela era feliz. Trabalhava numa coisa que gostava, fizera fortuna aos dezessete anos de idade.

Então veio a tragédia. Um acidente de carro durante uma nevasca matou seus pais. Prestes a completar dezoito anos, Kawaguchi Yumi tornara-se órfã. Não foi a coisa mais fácil para ela aceitar. Na mesma noite já voava para a Coreia, perdendo um dos desfiles mais importantes para a sua carreira. Foi obrigada a arranjar todas as coisas para o velório e funeral. Como faltavam dois meses para sua maioridade, o juiz concedeu um mandato de emancipação, isso garantiu que ela não precisasse acabar sob a guarda de outros parentes, afinal, não tinha sequer contato com eles. Durante esses dois meses, Yumi pausou sua carreira por um tempo, tendo a garantia de sua agente de que quando estivesse pronta, seu emprego ainda estaria lá. Vendeu a casa onde cresceu, junto com todos os seus móveis e memórias. Com a fortuna que lhe fora garantida, mudou-se para Seoul.

Com dezenove anos, passou a colorir os cabelos - mudando-os de acordo com o seu humor -, além de voltar a modelar. Sua vida começa a entrar nos trilhos mais uma vez, mas o futuro dela só o destino decidirá.

A priori, a primeira impressão que Yumi causa nas pessoas é a de uma individualidade fechada, séria, de poucos amigos, com um tom de arrogante austeridade que termina por realmente afugentar os mais sensíveis. Desde pequena, fora uma menina misteriosa e de poucas palavras. É muito curiosa, mas fala pouco, e isso quer dizer que pensa muito.

Realista, consciente das suas limitações e das suas próprias condições e capacidades, possui uma excelente capacidade administrativa aliada a uma arguta visão do passado e do futuro, que usufrui para planejar com cuidado os seus passos e otimizar o seu presente. Todavia, por detrás do essa ''proteção'', Yumi é uma pessoa sensível, impressionável e que tem uma natureza sociável, porém mais discreta. É tímida, mas não tem medo dos outros e sabe bem como se impor, colocando-se sempre numa postura defensiva e controladora. Vivencia eternos dilemas entre a permissão do fluir emocional, e a repressão e controle absoluto dos instintos. As vezes se entrega intensamente à manifestação da emoção, contudo, por conta disso, dá bronca em si mesma, engole o choro e toca as coisas pra frente como se nada estivesse acontecendo.

Possui uma necessidade muito forte de aplauso e reconhecimento. Mas, ainda assim, sua falha em não conseguir enxergar a si mesma como merecedora do que quer que seja de forma gratuita parece marcada em seu ser. Para se sentir valorizada e realmente merecedora de alguma coisa, Yumi precisa sentir que fez por merecer, não valorizando nada que venha de graça.

De certo modo, funciona para os outros como uma doce e acolhedora conselheira, quase ‘maternal’; outras vezes, acaba por surpreender as pessoas com uma postura irônica ou uma visão fria e prática das coisas. O que é ocorre é que, para ela, a sensação jamais é ignorada.