[RP fechada] Waiting for a friend

Fazia poucos dias que Soojin havia retornado para a Coreia, se sentia em casa novamente, mas tudo lhe parecia estranho e sem sentido, ao mesmo tempo que se sentia em casa, sentia-se uma completa estranha e como se estivesse retornado de outro mundo, andar por Seul nunca foi tão difícil para ela, havia se formado na faculdade de artes cênicas em Los Angeles e decidiu retornar para sua cidade natal, tentar trabalhar por lá em sua área.

Depois de passar alguns dias com sua família e também recordando alguns lugares, tinha uma meta que ela necessitava fazer, ver novamente sua amiga Jae, faziam-se anos que elas não se viam, mesmo mantendo contato durante todo esse tempo, sentia falta de ter sua amiga em sua frente e não apenas fotos, vídeos e mensagens, quando finalmente conseguiu um tempo livre, mandou uma mensagem para a sua amiga lhe encontrar no velho parque em que viviam brincando quando crianças.

O clima naquela tarde estava horrível, mas não era o suficiente para fazer Soo desistir de ver sua melhor amiga, pegou um guarda-chuva e também sua bolsa, saindo de casa e seguindo em rumo ao parque, como havia previsto para uma tarde daquelas, estava tudo bem vazio, foi até a velha casinha de madeira que ficava bem no alto, teve um pouco de dificuldade para subir até lá por causa da escada ser estreita e pequena para ela, mas quando chegou suspirou de alivio, sentou-se cruzando as pernas de modo “borboleta” e abriu sua bolsa, conferindo todos os doces que havia trazido dentro da mesma e isso contava com um pote de sorvete.

Olhava em volta um tanto inquieta, não tinha certeza se Jae iria vê-la ou não, então ficava ansiosa e com medo, não saberia como reagiria se ela não fosse muito menos como reagiria se ela fosse e tudo ficasse com um clima esquisito, não sendo como era antes, a amizade das duas tivesse “mudado” após anos longe uma da outra, se sentia uma criança tonta, mordiscou o lábio enquanto mexia os dedos de uma forma descontrolada no “piso” de madeira da casinha, olhando para o escorregador ali perto.

Já haviam se passado minutos e nada de sua amiga, abaixou a cabeça tristonha, mas quando levantou a mesma novamente viu uma garota de cabelos curtos entrando no parque, então engatinhou para onde havia umas colunas impedindo que as crianças caíssem de lá, colocou a mão na madeira e acenou para Jae.

—UNNI!—Gritou rindo, Jae era poucos meses mais velha que ela, mas gostava de a chamar assim, sorria largamente e esperava a sua amiga subir na casinha, torcendo para tudo dar certo após toda aquela mudança agitada.

Abraçou forte Jae quando a mesma terminou de subir e praticamente se jogou em seus braços, rindo com o cascudo e em seguida arrumando seus cabelos rapidamente, velhas manias não a deixavam, mal acreditava que estava novamente com sua amiga, depois de tanto tempo, ela parecia a mesma, a única coisa diferente nela que conseguia reparar naquele momento era o cabelo curto, não conseguia esconder a animação estampada em sua face, ficava parecendo criança novamente, sorria abertamente aquilo fazia parecer que seus olhos diminuíam.

—Faz tempo mesmo, mas agora a Han Solo está de volta. —Riu enquanto jogava seus cabelos para trás, vendo suas coisas espalhadas pela casinha, ela parecia menor do que antes, mas era confortável. —Senti tanta sua falta, o que andou fazendo enquanto estive fora? Fui para sua casa, mas seus pais me disseram que você havia se mudado, vocês brigaram? —Começa a disparar suas perguntas de uma forma um tanto descontrolada, nem era por curiosidade e sim por preocupação, não queria nem pensar no possível motivo de sua amiga estar fora de casa, mas sua ideia principal era a que a fez dar saltinhos mesmo sentada, arregalando os olhos demonstrando surpresa. —VOCÊ ENTROU EM UMA EMPRESA? —Praticamente gritou.

Sabia que o sonho de sua amiga era ser cantora e ela ótima, tinha uma voz encantadora, seria um desperdício jogar o talento fora, mesmo que a vida dentro de uma empresa fosse bem ruim, mas era o único motivo lógico que conseguia pensar para Jae sair de casa, não sabia em que mundo estava mais, tudo parecia novo demais e diferente demais, tinha que aprender a reagir como pessoas normais para aquilo, mas sabia que com sua amiga não precisava ser formal.

—Quer sorvete? Eu trouxe de morango com pedacinhos de chocolate dentro. —Estava muito frio, mas era uma situação especial onde o clima não importava e tomaria sorvete mesmo assim, pegou um dos potinhos e começou a se servir, enquanto ouvia o que sua amiga dizia. —Não sabe como estou perdida nesse lugar, tudo parece muito estranho pra mim, mas é bom estar de volta... —Diz sorrindo de uma forma meiga enquanto olhava para o sorvete, meio perdida em suas fantasias, mas logo voltou a si e olhou novamente para sua amiga. —Me informe de tudo, por favor, temos que colocar quase cinco anos em dia.

Seus olhos se arregalaram quando Jae tampou sua boca do nada, mas logo em seguida começou a gargalhar baixinho, colocando uma de suas mãos na frente de sua boca, escondendo a mesma e parte de seu nariz, mas se apressou em abrir o pote de sorvete e tirar o mesmo para sua amiga, entregando o potinho para ela com as bolas imensas de sorvete, depois se serviu, enquanto comia o seu sorvete ouvia a sua amiga contar o que estava de fato acontecendo com ela, franziu a testa um tanto receosa quando sua amiga falou de um rapaz, ficou até mesmo séria, apenas assentindo na parte do falecimento da vó de Jae, sabia o quão a garota era apegada a ela, mas não queria ver sua amiga triste por causa daquilo.

Suspirou enquanto retirava a colher de sua boca, pensando no que falar para sua amiga por um momento, Jae não confiaria em um rapaz qualquer que teria conhecido no karaokê, aquilo lhe trazia uma curiosidade imensa, mas não queria fazer perguntas demais então ficou um tempo em silencio selecionando as que faria.

—Fico contente que seu sonho está sendo realizado. —Diz sorrindo largamente, enquanto fazia uma careta meio sapeca. —Esse garoto é algum tipo de produtor? Me conte mais sobre ele e o que andam fazendo, é alguém que eu possa conhecer? Como ele é? Foi assim do nada? Como assim você não me contou isso nos e-mails?Quero ver fotos também, preciso aprovar por aparência também, Jae é bonita demais pra namorar moços feios. —Começa a disparar as perguntas sem querer e sem pensar, mas acaba rindo depois, queria entender melhor aquela história, estava muito mal contada e Han Solo não aceitava histórias pela metade, pegou umas bolachinhas de chocolate sem recheio e passou pelo sorvete mordendo a mesma.

Pensava onde iria atuar depois dali, talvez procurasse por Sangdo e perguntaria a ele sobre possíveis oportunidades, mas voltou a olhar para sua amiga, suas perguntas ainda não estavam nem na metade, esperou ela responder as primeiras e passou a mão livre pelo seu cabelo ajeitando-o.

—Estão ensaiando onde? Você tem se alimentado e dormido direito? Não quero saber de ter que te visitar no hospital porque você exagerou nos treinos. —Riu. —Isso é tão incrível, Jae. —Comenta enquanto pegava outra bolacha e fazia o mesmo que antes. —É bom saber que você está tomando um rumo que queria, e não está perdida igual eu.

Devorava os doces que trouxera enquanto ouvia a explicação de sua amiga sobre o tal rapaz, Han apenas ouvia atentamente enquanto tentava entender aquela loucura toda, a loira mexia vez ou outra em suas pontas cor de rosa, do jeito que Jae falava aquele tal Hyuk poderia ser um monstro, era perceptível a irritação de sua amiga até mesmo em citar o nome dele, pensava no motivo daquilo tudo, Han pensava que seria por causa do palco, mas acreditava que uma hora ou outra Jae teria que perder o medo do palco, caso contrário não poderia seguir com a carreira que ela queria.

Soltou um suspiro enquanto pegava mais uma bola de sorvete e assentiu, rindo um pouco na parte que Jae disse que queria soca-lo, mas os seguranças o levaram de perto dela, mas pensava em que pessoa aquele rapaz realmente seria, talvez tivesse entrado sem permissão no karaokê ou alguma coisa do tipo para ser levado pelos seguranças.

—Ele foi levado por seguranças? Tinha feito alguma coisa de errado? —Pergunta curiosa, deixou sua amiga terminar a história, entrando outro garoto no meio dela, um garoto gay chamado Chin, apenas levantou uma sobrancelha enquanto imaginava a Jae a trocando por aquele rapaz e fez um bico.

Algumas palavras que Jae havia dito a chamaram a atenção que seria relutância, independente, horroroso... Conhecia a garota o suficiente para poder tirar algumas conclusões por conta própria, talvez aquele tal garoto irritasse Jae não por seu comportamento e sim por causa dos sentimentos que ele poderia trazer a ela, não se recordava de sua amiga ter se apaixonado, além de um cara que saiu na capa de uma revista uma vez, após alguns segundos deixando o silencio dominar deu uma risada.

—Horroroso? Só acredito vendo, quero fotos. —Disse num tom brincalhão, mas ela realmente gostaria de ver a foto do tal rapaz. —A forma que você fala dele é completamente diferente do que o seu olhar diz... Mas é bom vê-la animada com tudo isso. —Riu novamente e deixou o potinho do sorvete no piso da casinha e começou a mexer em suas mexas novamente. —Trio independente? Que coragem, normalmente muitos acabam por causa de falta de grana ou por não conseguirem chamar a atenção do público, como está indo? Desculpe tantas perguntas, mas estou preocupada com tudo isso. —Disse abaixando a cabeça sentindo o seu rosto corar um pouco, ela não conseguia se segurar perto de sua amiga, muito menos atuar, conseguia ser si mesma.

Ouvia atentamente todas as palavras vindas de Jae, estava realmente curiosa sobre o garoto Hyuk pelo qual ela parecia nutrir um ódio que era desconhecida para Han até então, chegava até a ser um tanto assustador, mas sabia que aquilo era apenas para negar alguma coisa mais profunda, havia feito diversos papéis com histórias relacionadas, sempre acabavam de formas bem semelhantes entre si, parecia que estava vivendo dentro de uma daquelas novelas que tanto fazia, tornava a situação engraçada para ela.

Depois pegaria seu celular para fuçar mais sobre a vida desse garoto, ele parecia ser do tipo que sua amiga realmente detestava, um típico garoto mimado que não aceita um “não” como resposta, pelas palavras da outra, conseguia adivinhar que ele claramente era um alfa, quando um outro garoto entrou no assunto a sua expressão mudou, parecia ainda mais interessada, mas Jae se apressou para dizer que não era o que ela estava pensando e fez um bico infantil em resposta.

—Você é sortuda, Jae. —Comenta sobre o trio estar dando certo por causa dos garotos terem uma boa condição financeira e conseguiam se virar com o que tinham, estava aliviada nessa parte, pelo menos a sua amiga não sofreria o que muitos idols sofriam dentro de empresas, Han via vários todos os dias na empresa e sabia como era difícil. —Ser de uma empresa realmente não é fácil...

Comentou baixinho, riu baixo quando viu a outra deitar em seu colo, se sentia criança novamente, aquilo era confortável, era a maior prova que nada entre as duas tinha mudado de verdade, deixou o doce que comia de lado e começou a acariciar os fios coloridos do cabelo curto de Jae, gostava de fazer aquilo, o cheiro de morango se espalhava pelo ar frio.

Arregalou os olhos com o que sua amiga havia dito, lembrava-se como se fosse ontem sobre o tal garoto da revista, o único cara que a de cabelos cor de rosa realmente havia amado durante sua vida inteira, a loira era a única que sabia daquilo, ficou muda por alguns segundos sem saber o que realmente dizer, fez bico novamente ouvindo o resto da história, aquele Hyuk realmente parecia ser bem... Sem coração... Principalmente por ter feito aquilo com sua amiga, não suportava vê-la sofrendo mais por causa dos outros.

—Garoto ridículo. —Pensou alto e olhou para Jae. —Ele no mínimo deveria ter considerado o que você disse, quem ele pensa que é? Aigoo... É por isso que eu odeio tanto gente que se faz de bonzinho em revistas e televisões, na vida real sempre são as piores pessoas. —Pegou o seu celular que antes estava desligado ao seu lado e pesquisou o nome do garoto no primeiro momento. —Vamos ver aqui... Se ele é uma pessoa pública, com certeza deve ter alguma fofoca.

Deslizava o dedo pela tela do aparelho, haviam várias fotos de diferentes épocas da vida dele e várias delas estava acompanhado por um outro rapaz, apontou um dedo para a tela do aparelho.

—Existem diversas suspeitas que HyukDae esteja se relacionando com o herdeiro da Spotliht, Park Chin Mae. —Lê rapidamente o título da notícia e faz bico. —Mas isso é bem antigo, essas revistas de fofoca montam de tudo para dar ibope, a última notícia que tem dele é que foi visto com uma rapper indie famosa... —Bufa irritada e revira os olhos, voltando a aprofundar sua pesquisa até que se depara com uma notícia realmente chocante, ao ler o resto da notícia arregalou os olhos realmente espantada. —Neste último final de semana, a herdeira de uma das maiores redes de hotéis luxuosos mundiais, Gung Jim Ah, morreu afogada no meio de uma viagem em família, deixando seus pais completamente desolados, o irmão caçula da garota foi visto diversas vezes na frente de um consultório de psicólogos famosos parecendo realmente abalado, fontes dizem que ela foi sepultada em segredo, atualmente a família está abafando o caso. —Parou ler para recuperar o ar. —Gung Hyuk Dae de apenas 5 anos agora é o único herdeiro de sua família? —Completou. —Você sabia disso, Jae? —Pergunta olhando curiosa para a outra garota.

Aquela história estava lhe dando um verdadeiro nó na cabeça, mas parecia que ficava mais interessante a cada segundo, mostrou uma foto da família unida, pareciam realmente uma elite, todos sérios e completamente bem vestidos, Han olhava para a menina que aparentava ter seus 15 anos de idade sentada e atrás dela seu irmão pequeno com uma expressão que não coincidia com sua idade.

Riu quando sua amiga lhe disse que a notícia mais antiga era uma quase verdade, era realmente uma pena que Chin torcia para o outro time, havia achado ele realmente muito bonito, ficou um pouco receosa de contar o resto da história para Jae sobre a família de Hyuk, o interesse repentino da mais velha lhe deixou curiosa, estava certa que ela estava gostando do garoto, mas ainda não sabia e iria negar até a morte se Han falasse isso, fora que elas poderiam acabar brigando, então guardou para si.

Olhou torto para sua amiga sem entender o que ela dizia sobre ele estar chorando no outro dia, não sabia daquela parte da história, deixou a mesma explicar o que havia ocorrido com mais detalhes, ouviu tudo atentamente com o dedo indicador encostado em seus lábios enquanto fazia um bico, pensando sobre a situação, pelo modo de vista de Jae até que realmente fazia sentido o que ela dizia, quando a mesma completou apenas assentiu tentando processar aquilo tudo.

—Ou talvez você esteja tirando conclusões demais por pouca coisa, deve ser foda perder a irmã, mas será que não tem mais coisas no meio disso tudo pra ele ficar desse jeito? Conheço muita gente que já perdeu familiares e não fica frio dessa forma, na verdade, ficam bem normais... —Comenta tristonha olhando para baixo. —Ele já não me parecia feliz na época dessa foto, é um olhar bem infeliz pra uma criança de cinco anos. —Diz tocando no rostinho de Hyuk na tela do aparelho que sua amiga ainda segurava, soltou um suspiro. —Isso tudo é realmente complicado, nunca tentou perguntar nada pra ninguém sobre? Esse tal de Chin deve saber de alguma coisa, já que você diz que eles são tão próximos.

Soltou um suspiro, se sentia um tanto inútil por não poder estar ajudando Jae como gostaria, o debut dela estava tão próximo que tinha medo de essa história acabar estragando o sonho da rosada, era como se tudo estivesse sendo jogado aos ares e cada um estava tendo que se virar.

—Unnie, você está na casa de seus pais certo? Acho que um dos garotos uma hora vai acabar indo te procurar lá... O que acha de ficar em casa comigo? Me sinto meio sozinha naquele apartamento sozinha, appa mudou pra casa do namorado e está tudo tão vazio lá. —Convida sorrindo de uma forma meiga. —Mas estou preocupada, essa história não pode acabar dificultando o debut de vocês? Acho que você deveria se resolver com o Hyuk, não adianta ser parte de um grupo e ele ser desunido, isso atrapalha bastante, precisam trabalhar em grupo e ser uma família. —Diz séria, ela estava sendo sincera naquilo, nada daria certo enquanto eles estivessem brigados e se ignorando, estava realmente preocupada. —Estou me sentindo sua mãe agora!—Comenta gargalhando e escondendo o rosto vermelho nas mãos.